Os docentes das universidades estaduais do Paraná deliberaram, em suas respectivas assembleias entre 23 a 26 deste mês, pela suspensão da greve. Desde o final de abril, as universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Paraná (Unespar), do Norte do Paraná (Uenp), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG) e de Londrina (UEL) estavam em greve.
O centro da reivindicação do movimento paredista era o reajuste salarial de 8,17% – valor que contempla a reposição integral da inflação do último ano, relativamente à data-base em maio de 2015 – e a auditoria na ParanaPrevidência. Porém, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no dia 23 de junho seguiu a cartilha do governo e aprovou o projeto do governador Beto Richa de reajuste de 3,45%, com novos aumentos até maio de 2018.
João Corrêa, presidente do Sindicato da Unespar (Sindunespar- Seção Sindical do ANDES-SN), disse que apesar da greve ter sido suspensa, o espírito combativo – para defender a universidade pública – e o sentimento de unidade dos docentes saem fortalecidos. “Entendemos que essa pauta se esgotou e por isso encerramos a greve, sem nenhum sentimento de derrota, mas saímos fortalecidos e com a certeza que podemos enfrentar esse governo”. Os docentes deliberaram também em assembleia pela possibilidade de reaver o índice na justiça.
O presidente da Sindunespar SSind. explica que é preciso os professores estarem atentos e em estado, permanente, de alerta, pois ainda é preciso monitorar o pagamento do reajuste da recomposição salarial em outubro e o projeto de autonomia que estrangula o espaço de autonomia das universidades. Além do contingenciamento de verbas nas universidades, o que já tem sido feito pelo governo. “Esse governo não é digno da nossa confiança, é o governo do calote’.
“Massacre 29 de abril”
Nesta segunda-feira (29) será o lançamento do livro de fotos “Massacre 29 de abril: gás, bala, bomba e pimenta contra os professores do Paraná”, dos alunos do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e que contou com o financiamento coletivo via internet. O evento será na Estação Arte, às 19h30, no centro de Ponta Grossa.
O Massacre do dia 29 de abril ocorreu no Centro Cívico de Curitiba neste ano. No fatídico dia, cerca de 20 mil servidores estaduais do Paraná, entre eles docentes das universidades estaduais, foram violentamente reprimidos por policiais militares enquanto protestavam em frente à Assembleia Legislativa contra as mudanças na previdência do funcionalismo estadual. A ação policial resultou em mais de 400 feridos por balas de borracha, bombas, gás de pimenta, ataque de cães, além da prisão de sete manifestantes (relembre aqui).
Imagem de Sinduepg-SSind.
Via: http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=7588
