Nos últimos quatro anos, tivemos um dos governos mais descompromissados com as demandas da população trabalhadora do Paraná – não apenas dos servidores púbicos, mas dos trabalhadores em geral. Comprometido com os mais sórdidos interesses do grande capital do estado, o primeiro mandato de Ratinho Jr. foi marcado por ataques aos servidores e por um projeto claramente comprometido com os desmonte e a mercantilização dos serviços públicos. Igualmente, é conhecido pela ausência de debate público, pois os projetos mais controversos e prejudiciais à população são apresentados quase no recesso parlamentar e em regime de urgência. Isso demonstra bem como, apesar de querer demonstrar uma aparência mais civilizada do que o governo de Bolsonaro, o governo de Ratinho Jr. é essencialmente igual àquele: antidemocrático.
Nas últimas semanas, o governo apresentou um projeto de privatização de 27 escolas estaduais e, mais recentemente, um pacote de medidas administrativas e fiscais que afetam duramente os trabalhadores. No primeiro caso, a assunção das escolas públicas por empresas de educação demonstrou-se uma vexame, ao ponto de hoje a presença da Unicesumar ser tratada com horror por toda a comunidade escolar. No segundo, criando secretarias e cargos, as medidas visam atender interesses dos desempregados do governo Bolsonaro, criando um “trem da alegria” para que os apaniguados entrem na administração sem concurso público; com o aumento de impostos, o objetivo é amenizar o impacto das medidas eleitoreiras de seu aliado derrotado e, também, pagar a conta da concessão empregatícia aos aliados.
Para piorar a calamitosa situação, Ratinho Jr. também está querendo vender ações da Copel e diluir o controle do capital acionário da empresa, submetendo-a de vez aos interesses privados. Como se sabe, quem vai pagar a conta dessa irresponsabilidade – como aumento de tarifas e redução de investimentos para ampliar dividendos – é o conjunto da população, especialmente os mais pobres.
Por fim, cabe lembrar que todas essas medidas têm sido tomadas com amplo apoio na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o que demonstra que a contaminação e a sujeição aos interesses mais sórdidos que grassam na sociedade não são exclusividade dos ocupantes do Palácio Iguaçu, mas também da imensa maioria daqueles que ocupam cadeiras na Alep.
Diante disso, o Comando Sindical Docente se posiciona veementemente contrário a essas medidas e chama a população para exigir a paralisação do trâmite desses projetos de lei e o respectivo engavetamento de todos eles.
- Não à privatização da COPEL!
- Não ao trem da alegria de Ratinho Jr.!