Há mais de 7 anos sem a reposição integral das perdas inflacionárias, os docentes das universidades estaduais do Paraná sofrem com intensa desvalorização salarial. Recentemente, o governo do estado aprovou reposição de apenas 5.79%, da qual descontou uma dívida do Estado de 2015, no valor de 3.39%. Isso significa que os docentes paranaenses irão receber uma reposição de apenas 2.4%. Portanto, seguimos com uma perda salarial de aproximadamente 37%.
Grande parte dos funcionários públicos, em todos os poderes (legislativo, executivo e judiciário), foi contemplada com reajustes salariais que eliminam boa parte da defasagem e, em alguns casos, implicam até mesmo em ganhos reais. Com isso, criou-se um enorme abismo entre os salários dos docentes do ensino superior e os demais funcionários do estado. Contraditoriamente ao discurso meritocrático do governo, negligencia-se o fato de que mais de 70% do corpo docente das universidades têm doutorado – portanto, elevadíssima titulação acadêmica –, condição não exigida na grande maioria das demais profissões. De modo preocupante, também há expressivo número de docentes doutores em contratos temporários, com elevada carga horária de ensino e que estão impedidos de desenvolver pesquisa e extensão, não tendo mais acesso ao Tempo Integral e Dedicação Exclusiva – TIDE.
As universidades estaduais paranaenses, que estão classificadas entre as melhores do Brasil e bem colocadas em diferentes rankings internacionais, são o principal polo de formação de muitos profissionais que atuam no Paraná, razão da expansão cultural e econômica de suas regiões, constituem centros formação qualificada e desenvolvimento de pesquisa por meio de diferentes programas de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) nas mais diferentes áreas do conhecimento, além de atuar na prestação de serviços diretos à população por meio de seus hospitais, laboratórios, órgãos de educação e cultura e projetos de extensão.
No entanto, a despeito dessa importância, estamos com salários defasados ante outras carreiras de funcionários públicos e com a proposta de alteração do nosso Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) – pronta desde abril deste ano –estagnado na Casa Civil. De imediato, é urgente que este PCCS avance para que esteja na ALEP na 1ª semana de agosto. Não há educação, ciência e progresso sem a valorização do trabalho docente.
Pela imediata tramitação do nosso PCCS e pela isonomia entre professores efetivos e temporários nas universidades estaduais paranaenses!
Docentes do Ensino Superior do Paraná na Luta!
COMANDO ESTADUAL DE GREVE
24 de Julho de 2023