O cenário de cortes de verbas públicas na pasta da educação, que a cada dia agudiza a situação de precarização do trabalho e do ensino nas instituições de ensino superior, junto à recente decisão do STF, que permite a contratação de professores federais por Organização Social (OS), pondo em risco a existência da carreira docente nas instituições federais de ensino (IFE), foram as principais pautas que marcaram a mobilização dos docentes nessa quinta-feira (14) – Dia Nacional de Paralisação dos docentes nas IFE.A paralisação, definida na reunião do Setor das Ifes no final de abril, mobilizou professores federais de diversas regiões do país. Confira alguns dos atos realizados.
Na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), a Associação dos Docentes da Ufpel – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufpel – SSind) participou de uma reunião com a reitoria para apresentar a pauta local de reivindicações. À tarde, a categoria organizou um abraço simbólico à Casa do Estudante (CEU). No campus de Santana do Livramento da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Pampa (Sesunipampa – SSind), além da paralisação, mobilizou a categoria docente para participar de uma assembleia geral para avaliar as atuais condições de precarização do ensino local e mobilizar para a discussão do indicativo de greve para o final de maio.
Os docentes do Campus Avançado de Jandaia do Sul da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram pela manhã uma manifestação com aproximadamente 400 pessoas em defesa de uma educação pública e de qualidade. A mobilização, organizada pela Associação dos Professores da UFPR (Apufpr – SSind) contou com a participação da população, alunos, professores da instituição e do ensino médio da cidade.
Além disso, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp – SSind) propôs à categoria docente paralisar as atividades e realizar assembleia geral para discutir as pautas locais da categoria. Da mesma forma, a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Lavras (Adufla – SSind) também realizou assembleia geral para discutir o indicativo de greve docente. Os professores realizaram um ato em frente à reitoria da instituição e, ao lado de técnicos e estudantes, organizaram uma plenária para debater a luta pela educação pública no Paraná.
A Associação dos Docentes de Ensino de Juiz de Fora (ApesjJF – SSind) organizou a paralisação na Universidade Federal de Juiz de Fora com um ato público no portão norte da instituição, além de panfletagens junto à comunidade acadêmica. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, diante do não pagamento dos funcionários terceirizados, que fez com que a Faculdade Nacional de Direito e a Escola de Comunicação fechassem as portas, a Associação Docente da UFRJ (Adufrj – SSind) mobilizou os docentes para uma paralisação de 24h com a realização assembleia geral e participação no ato unificado com os demais servidores no centro da capital fluminense. Na Universidade Federal Fluminense, a Associação Docente da UFF (Aduff-SSind) também orientou a suspensão das aulas e organizou diferentes atividades em todos os campi, rodas de conversa com estudantes, técnico-administrativos, terceirizados e professores e uma aula pública sobre a conjuntura econômica e social do país na Cinelândia após ato.
Na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, a Associação dos Docentes da UFMS (Adufms-SSind) também realizou uma aula pública nos campi no interior e no campus de Campo Grande, envolvendo docentes, estudantes, funcionários e servidores técnico-administrativos de diferentes centros, faculdades, institutos e unidades. Além de apresentar e discutir as reivindicações da docência relacionadas à reestruturação da carreira, à reposição das perdas salariais, às condições adequadas de ensino, discussões acerca do PLC 30 (antigo PL 4330) e das medidas provisórias 664 e 665 marcaram a atividade.
Na Universidade Federal de Sergipe, a Associação Docente da UFS – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufs -SSind) organizou visitas nas salas de aulas da instituição para debater os motivos da paralisação, com intuito de conscientizar os docentes da importância da pauta docente. Já na Universidade Federal de Pernambuco, os docentes da Seção Sindical dos Docentes Da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe-SSind) organizaram panfletagens a fim de fortalecer a paralisação e esclarecer os motivos da mobilização dos docentes, além de um debate sobre condições de trabalho e estudo na UFRPE, com a participação do Diretório Central dos Estudantes e do Sindicato dos Trabalhadores (Sintufepe).
Na Universidade Federal do Pará (Ufpa), um ato político-cultural foi organizado no hall da reitoria, com foto-varal, poesias, vídeos, música e debates. A atividade, organizada pela Associação Docente da Universidade Federal do Pará (Adufpa-SSind), marcou o dia de paralisação na instituição. Além da exibição de vídeos, os docentes organizaram um varal com imagens históricas dos 35 anos da Adufpa, além das lutas mais recentes travadas pela atual gestão da entidade. Também foi realizado um debate sobre “O ajuste fiscal do governo federal, o corte do orçamento do MEC e seus impactos nas universidades públicas”.
E por fim, na Universidade Federal do Amazonas, professores e técnico-administrativos realizaram um ato público no Bosque da Resistência, na entrada do Campus Universitário, para marcar o Dia Nacional de Paralisação das Instituições Federais de Ensino (Ifes). Neste dia, também houve mobilização nas unidades acadêmicas de fora da sede da instituição, organizadas pela Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas (Adua-SSind).