Todas as universidades estaduais farão paralisações e mobilizações nesse dia 20 de junho
(O Sindunespar desenvolveu um material que será distribuído para a comunidade acadêmica. Você pode baixar o material clicando aqui.)
Diante aos diversos ataques que as universidades públicas estaduais estão sofrendo, todas as entidades que compõem o Comitê em Defesa das IEES (frente de luta que congrega entidades representativas dos três segmento das universidades) estão construindo paralisações e mobilizações neste dia 20 de junho em defesa desse patrimônio do povo paranaense. Em assembleia da Sindunespar realizada no último dia 14, os professores deliberaram que farão diversas mobilizações nos campi.
Por que professores, estudantes e agentes universitários devem se preocupar com o futuro da UNESPAR?
– O Meta 4 atenta contra a qualidade da universidade. Na atual conjuntura, a permanência da Unespar no Meta 4 significa a política de “austeridade” implantada à universidade através do controle da folha de pagamento. No entanto, o plano de cargos e carreira é uma dos atrativos que mantém bons profissionais dedicados à instituição. O seu desmonte desestimula essa permanência e essa dedicação.
– O governo não cumpre o que promete. A retirada da Unespar do Meta 4 foi um dos itens do termo de acordo que ajudou a por fim a greve de 2015. Esse mesmo compromisso foi renovado com Secretário da Casa Civil, Valdir Rossoni, durante a greve de 2016. Agora o governo quer colocar todas as IEES no Meta 4.
– Nós já estamos sentindo na pele a retirada de nossos direitos. Como a Unespar está no META 4, a sua folha de pagamento é controlada pela SEAP/SEFA. São elas que definem, em última instância, o que se paga ou não nos nossos rendimentos. Através desse controle, professores e agentes já estão sofrendo com a restrição aos seus direitos de progressão e promoção na carreira.
– Além desses, a Unespar continua sofrendo com a falta dos recursos de custeio suficientes para o seu bom funcionamento. A Unespar pode paralisar por falta de condições mínimas de manter as portas abertas.
– Há uma movimentação muito grande por parte de setores do governo de estabelecer o TIDE como gratificação, e não como regime de trabalho. Isso pode resultar numa debandada de professores para outras atividades que não mais a universidade, exclusivamente. Isso traria efeitos nocivos evidentes para as funções de ensino, pesquisa e extensão.
– O Governo tem sinalizado com a proposta de um projeto de autonomia para as IEES. No entanto, qualquer proposta de “autonomia universitária” que não venha da própria comunidade universitária é já uma contradição nos seus próprios termos.
Mais motivos para acender o sinal de alerta e se mobilizar
– Várias universidades estaduais do país estão em perigo. O caso mais emblemático é o da UERJ, onde os servidores estão sem receber os salários integrais há meses e sem condições de manter a instituição funcionando. O caso delas pode ser o que espelho da nossa situação futura.
– Há uma campanha combinada de segmentos políticos poderosos e dos grandes meios de comunicação para manchar a reputação das universidades públicas a fim de tornar mais palatável à população seu processo de desmonte. Em vários editoriais, artigos de opinião destacados, em reportagens e em entrevistas têm sido predominante a ideia de uma suposta inutilidade das universidades públicas.
– O alegado “ajuste fiscal” é só um pretexto para implantar um projeto de desmonte das universidades públicas paranaense, uma vez que a definição para a alocação dos recursos tem mais a ver com o que se define como prioridades e/ou com pagamento de barganhas políticas pouco republicanas, como as operações contra a corrupção têm revelado.