Os docentes e os agentes das universidades do estado do Paraná estão sofrendo o pior arrocho salarial das últimas duas décadas. Sob o governo de Beto Richa e, agora, de Ratinho Jr., os sindicatos têm tentado, há anos, negociar a recuperação das perdas salariais, que chegaram ao alarmante índice de 42%. Porém, nos últimos sete anos, o governo jamais abriu uma negociação, negando propositalmente uma reposição salarial linear ao funcionalismo.
Nos últimos dias, meados do mês da data-base da categoria, os professores das universidades estaduais do Paraná entraram em greve para reivindicar a reposição salarial dessa defasagem acumulada desde 2016. Num governo marcado por grande intransigência na negociação e com histórico de negligência aos interesses do funcionalismo público, a greve, como último recurso e nunca desejável, se tornou a ferramenta inevitável ante a ausência de perspectivas de proposta de elevação do pífio índice de reposição anunciado em março, de 5,79% – a ser pago somente a partir de agosto.
Para a nossa surpresa, rompendo com uma prática centenária de solidariedade à luta e à greve de outras categorias de trabalhadores, sindicatos que atuam na base das universidades soltaram notas criticando a suposta “precipitação” da deflagração da greve – ou seja, “precipitação” mesmo que estejamos há sete anos reivindicando, sem resposta, a abertura de uma efetiva mesa de negociação com o governo para tratar da data-base do funcionalismo.
Certos de que a quebra da solidariedade de classe não condiz com o interesse e, muito menos, com o histórico de lutas da categoria docente, consideramos que, a despeito da escolha de distintas formas de luta em alguns momentos, as lutas de todos os trabalhadores devem ser respeitadas.
O Comando Sindical Docente continuará, então, a conclamar pela ação conjunta e unitária dos sindicatos em favor dos interesses dos trabalhadores das universidades e, igualmente, a insistir na organização da categoria docente na luta pelos nossos interesses sindicais, os quais passam, de imediato, pela reposição salarial integral, pela valorização da carreira, pela melhoria das condições de trabalho e em defesa da universidade, pública, gratuita e laica.
Saudações sindicais,
Comando Sindical Docente