Desde o início da Pandemia, causada pela Covid 19, o Comando Sindical Docente tem se posicionado a favor da vida. A atual situação da saúde pública no Brasil é caótica e, principalmente no Estado do Paraná, a política de sucateamento do Sistema Único de Saúde-SUS, apesar do enorme esforço dos servidores da saúde para salvar vidas, tem ocasionado sofrimento e morte em números jamais vistos neste país, com filas de paranaenses esperando um lugar nas UTIs.
Como representantes das entidades sindicais dos docentes do ensino superior do Paraná, nos colocaremos contra qualquer medida que exponha os docentes, funcionários, estudantes e toda a comunidade acadêmica. A nossa posição é fortemente alinhada aos estudos científicos – os quais devem respaldar as ações dos governantes e assim balizar as decisões de flexibilidade ou endurecimento sobre o isolamento social.
Recebemos com preocupação essa tentativa por parte do Governo do Estado do Paraná, na figura do Governador Ratinho Júnior e de alguns dirigentes políticos, que cogita a ideia da volta presencial das aulas. É lamentável constatar essa postura num momento em que o mundo tem observado o Brasil com perplexidade, pois tem se destacado no cenário internacional pelo aumento expressivo de número de contaminados, que chegou à triste marca de 272.889 mortes (Ministério da Saúde, 11/03/2021) e, no Paraná, de 13.159 óbitos (SESA/11/03/2021).
Alertamos também que os óbitos de crianças e adolescentes cresceram de forma brutal. Segundo dados oficiais (Boletim Epidemiológicos 44 e 49 do Ministério da Saúde), o Brasil registra 1334 óbitos de crianças e adolescentes confirmados como COVID, e outros 2151 em investigação ou registrados como SRAG não especificada. Além disso, a dinâmica escolar implica em aumento da circulação do vírus, afetando estudantes, professores, funcionários
e familiares, com efeitos catastróficos em um contexto já trágico.
Desta forma, nós do CSD somos contra a flexibilização da quarentena nesse momento de drástico aumento dos casos de contaminação e morte no país e no Paraná. Portanto, cobramos do governador Ratinho Júnior o imediato lockdown em todo o Paraná e também exigimos uma posição imediata dos reitores em prol da vida e contra as aulas presenciais.
Por fim, nos solidarizamos com cada pessoa vitimada pela Covid-19 e cada um dos familiares e amigos que terão que conviver com a ausência de um ente querido. Avaliamos que esse resultado é em grande parte fruto do descaso das forças econômicas e das lideranças políticas dominantes, pois um maior rigor no isolamento resultaria em menos tempo
de confinamento.
Não à volta às aulas sem vacina! Vacinação para todo/as já!
Curitiba 11 de abril de 2021.
Assinam esta nota: Adunicentro, Adunioeste, Sesduem, Sindiprol/Aduel, Sinduepg e Sindunespar.