A categoria docente e as seções sindicais do Andes-SN das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) continuam na luta pela reposição integral das perdas salariais, que neste momento ultrapassam 42% defasagem! A articulação e a construção conjunta destas seções sindicais, na defesa da valorização docente e pelo respeito à data-base, se consolidam em mais uma ação unificada: a aprovação do indicativo de greve nas sete instituições paranaenses.
O indicativo de greve é estabelecido pelos docentes em assembleia sindical com o objetivo de demonstrar que a categoria poderá, em breve, entrar em greve, caso suas reivindicações não sejam atendidas. Porém, a efetiva deflagração desta depende de deliberação em assembleias que, em breve, serão realizadas em todas as universidades. Neste aspecto da conjuntura, lembramos que há mais de sete anos que o governo do Paraná não cumpre a Lei da data-base. A defasagem salarial atual corrói 5,6 meses por ano de trabalho de cada docente! Acrescente a este quadro a desvalorização da carreira docente no ensino superior, frente a outras categoriais do quadro próprio do estado.
Nos próximos dias, duas datas importantes se aproximam, e, de alguma maneira, elas estão interligadas. Em 29 de Abril, relembraremos o “Massacre do Centro Cívico”, uma data lamentável para o povo do Paraná, em que professores foram agredidos, ofendidos e brutalmente desrespeitados pelo governo e pelas forças policiais do estado. Na sequência, teremos o feriado de 1º de Maio, o Dia do Trabalhador, uma data internacionalmente reconhecida e que celebra a importância da classe trabalhadora para todas as esferas sociais, culturais e econômicas de uma nação. Em suas lutas, os docentes das IEES paranaenses – que, obviamente, pertencem à classe trabalhadora – visam tanto a defesa de suas condições de trabalho e salário quanto da educação pública e gratuita.
Ancoradas em seu tripé ensino, pesquisa e extensão, as IEES do Paraná, amplamente reconhecidas por diferentes avaliações nacionais e internacionais, fornecem a oportunidade de um futuro melhor a milhares de jovens deste estado, impactam nas economias regionais, atuam em atendimento público de qualidade em hospitais e clínicas, atuam em comunidades e produzem inovação, ciência e tecnologia. Será que, neste ataque a elas e aos seus trabalhadores, não estamos repetindo o “massacre” de 2015? Para nós, há um novo 29 de abril quando o estado deixa de ouvir as demandas dos educadores, quando não os recebe para o diálogo sobre as suas condições de trabalho e salário, quando se nega a reconhecer a respeitar a Lei da Data-Base. Como podemos celebrar o 1º de Maio num estado que há mais de sete anos não faz reposição integral das nossas perdas salariais?
Por tudo isso, é importante salientar que, após inúmeras tentativas de diálogo, os docentes das IEES do Paraná encontram-se novamente na iminente possibilidade de greve. E, ao contrário do que muitos pensam, a greve não é o desejo de nenhum docente; a greve é um instrumento legal por meio do qual os trabalhadores mostram que chegaram ao limite de sua condição e que estão dispostos a lutar por todos os meios para que o estado abra as negociações da data-base e atenda às reivindicações dos trabalhadores.
Seguiremos, então, firmes na defesa salarial e da carreira docente. Durante sete anos, o estado do Paraná economizou às custas do nosso trabalho. Não podemos mais aceitar isso! É urgente que tenhamos a imediata recomposição dos salários e a implementação da proposta de reestruturação da carreira docente!
Reposição salarial integral já!
Todo/as na luta!